quarta-feira, 18 de maio de 2011

O que é Cultura?



Ciclo de Oficinas Culturais Juventude e Cidadania

21 de Maio – Sábado, 16h

Oficina Cultural: O que é cultura, quem “tem” cultura e quem a faz
Dra. Solange Nunes Schiavetto
Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG
Local: Instituto Cultural Companhia Bella de Artes
ENTRADA FRANCA (SORTEIO DE LIVROS)

Projeto Ciclo de Oficinas Culturais Juventude e Cidadania visa incentivar agentes culturais, educadores, estudantes secundaristas e universitários, jovens e adultos ligados à produção cultural a refletir sobre a cultura, a cidadania e o conhecimento científico e popular dentro de uma proposta de ensino-aprendizagem dialógica. 

Dra. Solange Schiavetto, possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997), mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2002) e Doutorado em História Cultural, IFCH/Unicamp (2007). Tem experiência na área de Arqueologia e Antropologia, com ênfase em Arqueologia Pré-Histórica e Antropologia Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: multiculturalismo, etnicidade, questão índígena, teoria arqueológica, Educação Patrimonial e arqueologia tupiguarani.

Com início às 16h, no Teatro Nicionelly Carvalho, localizado à rua Prefeito Chagas, 305, andar PL (Instituto Cultural Companhia Bella de Artes), a oficineira promete levar o público a uma reflexão sobre a produção cultural e sobre a mistificação que existe sobre a cultura enquanto produção meramente intelectual ou artística. Com ampla bagagem na produção acadêmica e experiência com públicos universitário e jovens estudantes secundaristas, Dra. Solange irá explanar sobre a cultura enquanto construção própria da humanidade.

Além da oficina do dia 21 de maio, Dra. Solange Schiavetto irá ministrar mais outras duas em escolas públicas, sendo Colégio Municipal Dr. José Vargas de Souza, dia 24, às 19:30h e Escola Estadual Professor Arlindo Pereira (Polivalente), dia 25 de julho, ambas destinadas exclusivamente a estudantes secundaristas do terceiro ano.

O projeto é incentivado pela Alcoa Poços de Caldas, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e conta ainda com o apoio do Instituto Cultural Companhia Bella de Artes e parceira do Colégio Municipal Dr. José Vargas de Souza e Escola Estadual Professor Arlindo Pereira.

Maiores informações com a Coordenação do projeto: 35 – 9976 1513, Diney Lenon, com a Assessoria Pedagógica, 35 – 9854 9008, Greice Keli.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O assassinato de Bin Laden. Justiça ou Vinçança?


FEZ-SE VINGANÇA, NÃO JUSTIÇA

Leonardo Boff
Alguém precisa ser inimigo de si mesmo, e contrário aos valores humanitários mínimos, se aprovasse o nefasto crime do terrorismo da Al Qaeda do 11 de novembro de 2001 em Nova Iorque.
Mas é por todos os títulos inaceitável que um Estado,      militarmente o mais poderoso do mundo, para responder ao terrorismo se tenha transformado, ele mesmo, num Estado terrorista.
Foi o que fez Bush, limitando a democracia e suspendendo a vigência incondicional de alguns direitos, que eram apanágio do país. Fez mais, conduziu duas guerras, contra o Afeganistão e contra o Irã, onde devastou uma das culturas mais antigas da humanidade nas qual foram mortos mais de cem mil pessoas e mais de um milhão de deslocados. 

Cabe renovar a pergunta que quase a ninguém interessa colocar: por que se produziram tais atos terroristas?                                                                                                                           O bispo Robert Bowman, de Melbourne Beach da Flórida, que fora anteriormente piloto de caças militares durante a guerra do Vietnã respondeu, claramente, no National Catholic Reporter, numa carta aberta ao Presidente: ”Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas”.  

Não disse outra coisa Richard Clarke, responsável contra o terrorismo da Casa Branca numa entrevista a Jorge Pontual emitida pela Globonews de 28/02/2010 e repetida no dia 03/05/2011. Havia advertido à CIA e ao Presidente Bush que um ataque da Al Qaeda era iminente em Nova York. Não lhe deram ouvidos. Logo em seguida ocorreu, o que o encheu de raiva. Essa raiva aumentou contra o Governo quando viu que com mentiras e falsidades Bush, por pura vontade imperial de manter a hegemonia mundial, decretou uma guerra contra o Iraque que não tinha conexão nenhuma com o 11 de setembro. A raiva chegou a um ponto que por saúde e decência se demitiu do cargo. 
Mais contundente foi Chalmers Johnson, um dos principais analistas da CIA, também numa entrevista ao mesmo jornalista no dia 2 de maio do corrente ano na Globonews. Conheceu por dentro os malefícios que as mais de 800 bases militares norte-americanas produzem, espalhadas pelo mundo todo, pois evocam raiva e revolta nas populações, caldo para o terrorismo. Cita o livro de Eduardo Galeano “As veias abertas da América Latina” para ilustrar as barbaridades que os órgãos de Inteligência norte-americanos por aqui fizeram. Denuncia o caráter imperial dos Governos, fundado no uso da inteligência que recomenda golpes de Estado, organiza assassinato de líderes e ensina a torturar. Em protesto, se demitiu e foi ser professor de história na Universidade da Califórnia. Escreveu três tomos “Blowback” (retaliação) onde previa, por poucos meses de antecedência, as retaliações contra a prepotência norte-americana no mundo. Foi tido como o profeta de 11 de setembro. Este é o pano de fundo para entendermos a atual situação que culminou com a execução criminosa de Osama Bin Laden. 
Os órgãos de inteligência norte-americanos são uns fracassados. Por dez anos vasculharam o mundo para caçar Bin Laden. Nada conseguiram. Só usando um método imoral, a tortura de um mensageiro de Bin Laden, conseguiram chegar ao seu esconderijo.                                                                                        Portanto, não tiveram mérito próprio nenhum. 
Tudo nessa caçada está sob o signo da imoralidade, da vergonha e do crime. Primeiramente, o Presidente Barak Obama, como se fosse um “deus” determinou a execução/matança de Bin Laden. Isso vai contra o princípio ético universal de “não matar” e dos acordos internacionais que prescrevem a prisão, o julgamento e a punição do acusado.                                                     Assim se fez com Hussein do Iraque, com os criminosos nazistas em Nürenberg, com Eichmann em Israel e com outros acusados. Com Bin Laden se preferiu a execução intencionada, crime pelo qual Barak Obama deverá um dia responder. Depois se invadiu território do Paquistão, sem qualquer aviso prévio da operação. Em seguida, se sequestrou o cadáver e o lançaram ao mar, crime contra a piedade familiar, direito que cada família tem de enterrar seus mortos, criminosos ou não, pois por piores que sejam, nunca deixam de ser humanos. 
Não se fez justiça. Praticou-se a vingança, sempre condenável. ”Minha é a vingança” diz o Deus das  escrituras das três religiões abraâmicas. Agora estaremos sob o poder de um Imperador sobre quem pesa a acusação de assassinato. E a necrofilia das multidões nos diminui e nos envergonha a todos.