sábado, 15 de junho de 2013

O Brasil acordou!


por Diney Lenon de Paulo

Atenção manifestantes, ou "vândalos", como diz a grande mídia.

A manifestação nacional convocada pelo MPL para o dia 17 toma outras proporções diante do crescimento da violência dos militares contra o povo em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e outras cidades.

A questão maior agora não são os "centavos" dos aumentos. Vinte centavos não é o grande problema do povo brasileiro. Mas diante das condições de vida da população, das ações do governo a favor de empresários, banqueiros, contra a vontade do povo (ex: Copa do Mundo, ao invés de saúde, educação e trabalho) explodiram nas capitais brasileiras manifestos cívicos protagonizados por uma juventude nova, a juventude conectada na internet que sabe buscar informações alternativas às grandes mídias.

A violência desproporcional dos militares de São Paulo contra civis desarmados, as prisões arbitrárias e a manutenção de manifestantes presos, ou "presos políticos" é uma clara demonstração da situação do país: Vivemos o crescimento da democracia e, mais uma vez a história se repete, o pavor da elite governante contra "povo na rua" gera reações violentas. Vejamos o exemplo dos anos 1960, quando o povo ocupava as ruas e havia um governo mais progressista, logo veio o Golpe de 1964.

Determinações judiciais proibindo manifestações durante jogos da "Copa das Confederações" são também exemplos de que nosso "Poder Judiciário" é "anti-povo”, ou seja, classista, do lado da elite empresarial, dos banqueiros e dos latifundiários. Vejamos que a "Justiça" no Brasil está expulsando índios de suas terras (MS) para manter o domínio de fazendeiros grileiros, bandidos, assassinos. A "Justiça" no Brasil determina fiança de R$ 20.000 para manifestante e ainda quer credibilidade? A "Justiça" no Brasil multa sindicatos que fazem greve enquanto Carlinhos Cachoeira e Paulo Maluf (Ex-Governador de São Paulo procurado pela Interpol) vivem tranquilamente.

O que estamos vivendo, com a mais absoluta certeza de um militante, mas de um Cientista Social, é o crescimento da consciência popular no Brasil. Parece que nos cansamos de ver franceses na rua, italianos, gregos, espanhóis lutando por seus direitos e dizer:"brasileiro não faz nada". Os brasileiros são "filhos que não fogem à luta", basta ver nossa história de forma mais apurada (Palmares, Confederação dos Tamoios, Revolta dos Malés, Movimento Abolicionista, greves e ocupações de terras, como exemplo apenas) . Com o "fim" da Ditadura Militar há mais de 20 anos, essa nova geração está tendo a oportunidade de aprender (re-aprender) a fazer política da boa, na rua, enfrentando a injustiça que o "Estado" brasileiro não desfaz porque não é um "Estado do povo", é um Estado da burguesia. A Juventude está dando exemplo e com certeza esse grande movimento estará nos livros de história futuros (E eu é que não quero ficar de fora disso! Rsrs)

Poder judiciário, governos do PSDB, DEM e a grande mídia representam o que há de mais retrógrado no país e são comandados por grupos econômicos (empresários, multinacionais, banqueiros, fazendeitos) e indivíduos que não amam seu povo brasileiro, não sofrem coma dor do seu povo, pelo contrário, são uma elite nojenta que ama “fazer compra em Miami, levar os filhinhos para Disney”. Vejamos em São Paulo: estudantes clamando: "Sem violência" e qual a ação dos militares comandados por Alckimin (PSDB)? Porrada! E a mídia? Chama o povo de “vândalos” (apesar de ter havido uma pequena mudança depois que seus repórteres foram atacados, tamanha a violência dos militares contra tudo e contra todos que estavam nas ruas).

Em ditaduras, manifestações são proibidas e há "toques de recolher", quando o governo proíbe que grupos de pessoas fiquem na rua. É isso que está acontecendo. Com medo de perderem o controle sobre o "pacato povo brasileiro", a reação violenta deve ser "exemplar" para coibir que outros se aventurem a lutar por seus direitos. O que querem é que fiquemos atentos à Copa, às novelas, ou seja, querem que permaneçamos alienados diante da exploração cotidiana.

Nesse sentido, a luta no Brasil hoje, graças à burrice do governo paulista e da truculência dos militares ultrapassa a questão do aumento das passagens, mas é uma luta pela democracia verdadeira, pelo direito do povo ocupar as ruas e se manifestar, mas acima de tudo, ser ouvido!
Quando ouço aquela historinha de "deitado eternamente em berço esplêndido", me sinto incomodado, pois como diz Renato Russo, nosso passado (de acordo com a história oficial da elite) é um "passado de absurdos gloriosos". Na verdade, um filho dessa Pátria não foge à luta e é por isso que o povo deve ocupar as ruas e praticar a desobediência civil, ao melhor estilo de Ghandi, Luther King, Mandela, personagens que entraram para a história por desafiarem leis injustas e sonharem e viverem o sonho de outro mundo.

A juventude não é o futuro do Brasil, ela é o presente!

Avante, povo brasileiro! Nenhum passo atrás!

Venceremos!